Jornadas Técnicas dos Carvalhos

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JORNADAS TÉCNICAS SOBRE OS CARVALHOS

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III Edição

DATA: 25 e 26 de Novembro de 2016

TEMA: Natureza e turismo

LOCAL: Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna, em Campo do Gerês, Terras de Bouro

Resumo

As Jornadas Técnicas sobre os Carvalhos, agora com realização bienal, nos anos pares, completaram a sua 3ª edição nos dias 25 e 26 de Novembro de 2016. Dão continuidade a um projeto iniciado em 2013 como corolário do objetivo partilhado por várias entidades e indivíduos de promoverem uma floresta portuguesa saudável e rica para aqueles que nela vivem e dela dependem, bem como proporcionar espaços lúdicos e de ócio aos visitantes.

Em plena campanha de (re)arborização de 2016/17 e em celebração do Dia da Floresta Autóctone da Península Ibérica (23 de Novembro), as III Jornadas contaram com a participação de 140 pessoas, incluindo 30 alunos do Curso de Turismo Ambiental e Rural da Escola Secundária de Amares e 20 alunos do 4º ano do Agrupamento de Escolas de Terras de Bouro. Se a diversidade de temas tem atraído participantes de várias áreas a participar nas Jornadas, a abordagem multidisciplinar, próxima e prática, traz a estas jornadas um grupo de participantes que se tem mantido regular.

Elegeu-se a “Natureza e Turismo” como tema principal, em duas abordagens: a) a gestão sustentável dos recursos naturais; e b) a gestão sustentável dos produtos turísticos e dos seus consumidores. Pretendeu-se estimular a reflexão sobre as políticas e os modelos de gestão e de organização do território bem como do desenvolvimento dos produtos turísticos, tomando em conta os interesses dos proprietários e gestores de propriedades com elevado valor natural e as dinâmicas verificadas no âmbito do produto turismo de natureza, assim como, a interação entre a floresta e o turismo. No seguimento dos temas abordados nas anteriores Jornadas procuraram-se pistas para a identificação dos encargos na preservação e valorização dos ecossistemas e formas de os repartir por quem deles usufrui ou promove a sua utilização. Essas questões desenvolveram-se ao longo de 4 painéis, dois em cada dia, tendo as jornadas terminado com um quinto painel que consistiu num Workshops de “Colheita de sementes florestais” a cargo do Prof. João Carvalho da UTAD e visita às plantações das I e II Jornadas Técnicas dos Carvalhos (2013 e 2014). Para aqueles que nos acompanham desde a primeira edição, foi um momento muito rico que nos aproximou a todos à realidade lenta, mas muito compensadora de plantar carvalhos.

Durante os 2 painéis do primeiro dia, o primeiro sobre a gestão dos recursos naturais e o segundo dedicado à educação ambiental na floresta, abordaram-se questões relacionadas com os desafios, por um lado de gerir o uso da floresta, o seu desenvolvimento e conservação, e por outro de sensibilizar e aproximar diferentes públicos-alvo para boas-práticas e opções que valorizam a floresta e seus subprodutos, e potenciam a biodiversidade e serviços de ecossistema. Oradores de diferentes contextos e áreas de atuação reforçaram que a relação Turista-Gestor-Proprietário-Regulador-Consumidor deve integrar os diferentes interlocutores para um benefício a longo prazo dos territórios que acolhem o Turismo de Natureza. Uma gestão que considere as atuais externalidades, consequências não planeadas que podem ser positivas ou negativas, e que as inclua numa equação que valorize e beneficie a relação com a Natureza. As apresentações contaram com a visualização do documentário da UTAD “Floresta Autóctone – Plantar e Valorizar” realizado no seguimento das segundas jornadas.

Após as sessões teóricas juntaram-se ao programa 30 alunos dos agrupamentos de escolas de Amares aos quais foi apresentado um projeto de educação na floresta para as escolas no território do qual fazem parte, Gnómon – Escolas da Biosfera e o manual “O Carvalho – A Árvore de Portugal” – Uma visão pedagógica, que lhes foi oferecido. Esta publicação resultou das conclusões das primeiras Jornadas, onde foi identificada a necessidade de existir bibliografia específica destinada às escolas e a todos aqueles que pretendam conhecer a melhor metodologia para recolher e selecionar sementes de carvalhos, de maneira a germinar árvores com a qualidade necessária para o melhor crescimento, contribuindo para a existência de uma floresta autóctone sustentável, que proporcione a riqueza necessária aos seus detentores. A preservação e a ampliação de área de floresta autóctone contribuirão para o desenvolvimento sustentado dos territórios rurais, sendo necessário o envolvimento de todos, no sentido de garantir os instrumentos e ferramentas necessárias para a sensibilização e informação sobre a importância da riqueza que está próxima das nossas mãos, a aguardar que alguém a segure e defenda. O dia terminou à volta da mesa num momento de partilha e aprendizagem sobre floresta silvestre com potencial alimentar, a cargo de Graça Saraiva.

As sessões plenárias do segundo dia das jornadas centraram-se nas estratégias de valorização do território levadas a cabo por atores tão diferentes como entidades governamentais, associações empresariais, federações e agentes de turismo, cuja interação deve estar articular entre si e com os proprietários dos espaços onde se promovem atividade de Turismo de Natureza.

Tendo este evento também o objetivo de reunir os professores, que localmente divulgam  estes temas junto dos seus alunos e promovem a construção de uma geração preocupada com a floresta, o Centro de Formação da Ordem dos Biólogos certificou o evento como ação de formação de 15h. Juntaram-se 50 professores de vários grupos disciplinares que serão atores essenciais na transferência de conhecimento e valorização das vantagens ambientais e económicas destas espécies porque a floresta autóctone é uma floresta de futuro.

A organização agradece a todos a presença e disponibilidade, contributos e pró-atividade, e mantém o objetivo de fomentar a reflexão sobre a importância da preservação, valorização e incentivo à plantação de espécies autóctones e a divulgação dos carvalhos na sua importância para a economia, convidando-os à participação nas IV Jornadas Técnicas dos Carvalho de 2018.