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Patrícia Geraldes

Vive e trabalha entre o Porto e a aldeia de Picote em Trás-os-Montes.

Formação em Pintura pela FBAUP, tem vindo a desenvolver um corpo de trabalho que parte da linguagem do desenho e se desdobra em peças de escultura e instalação.

O foco da sua pesquisa artística é a antiga relação do Humano com a Natureza, utilizando materiais naturais que encontra nos bosques, montanhas e praias, desenvolvendo instalações que evocam noções de sustentabilidade e ancestralidade.

Para além da sua pesquisa pessoal tem desenvolvido residências artísticas nas quais desenvolve projetos de intervenção e arte e comunidade, nomeadamente na Índia no Sunaparanta Centre for the Arts, em Roma através da plataforma Magic Carpets no Latitudo Art Projects e através do programa Peninsulares no Museu Vostell em Malpartida de Cáceres.

É co-fundadora do coletivo CampaNice, espaço de criação e programação independente no Porto e curadora das residências artísticas do projeto ‘Encontros da Primavera’, antropologia, arte contemporânea, cinema e território em Picote.

Sinopse da comunicação

Água, da serra; sombra, da pedra

A obra

Água, da Serra, Sombra, na Pedra, é um projecto artístico de intervenção na paisagem, que resulta da residência artística na vila de Cabril, no Gerês.
O processo de investigação no território passou por um contacto de proximidade com as pessoas, sobretudo a população mais velha, através de entrevistas, consulta de imagens e objectos antigos, procurando fazer uma recolha do património imaterial local.
Na recolha das histórias contadas pela população, destacou-se a ligação visceral da gente à terra, à paisagem, mas também a ofícios antigos e práticas de produção coletivas.
Encontrando memórias de escassez e de uma subsistência difícil, que vinha da terra, dificuldades ultrapassadas pela abundância dos afetos entre a comunidade, destacando o espírito de interajuda e o uso partilhado dos recursos da Natureza.
A instalação Água, da Serra, Sombra, na Pedra, evoca uma noção de ancestralidade, desenhando na paisagem com elementos como, o ferro, o linho, o barro e raízes encontradas nas margens do rio, esculpidas pelo bater da água na terra e na pedra.
Elevando materiais nobres e que caíram em desuso, ao nosso olhar, refletindo pequenos fragmentos de histórias que compõem uma forma de estar em coletividade.