Nascido em Faro, criado em Lisboa, pai de três filhos, é professor na Universidade da Beira Interior desde 2002. Acredita pouco no modelo industrial da produção de conhecimento e cultiva uma relação desdisciplinada com o pensamento e a escrita. Em linha com estas ideias, nos últimos anos publicou uma trilogia – “E se parássemos de sobreviver – Pequeno livro para pensar e agir contra a ditadura do tempo” (2018); “O Desligamento do mundo e a questão do humano” (2020) e “Para viver em qualquer mundo – Nós, os lugares e as coisas” (2022). Assina regularmente colunas no Jornal Económico e no Público.
Sinopse da comunicação
A existência humana tem sido pensada à parte e a pôr à parte todas as partes, cada coisa encapsulada na sua objectividade, cada indivíduo encerrado na sua individualidade. E assim rodeamo-nos de impermeabilidades que nos isolam das coisas e isolam as coisas umas das outras, numa espécie de solidão ontológica feita de polímeros. Mas esta é uma construção de ideias que deve ser criticada. As coisas não são simplesmente objectos, as pessoas não são simplesmente sujeitos individuais, a realidade é porosa, as suas partes são permeáveis, logo à partida relação e, por isso, inseparáveis. Tornar a fazer parte, devolver as coisas à sua vibração com as outras coisas, é o caminho de uma mudança de paradigma que urge. O que nos propomos é praticar a escuta que nos convida a fazer esse caminho, caminhando.
